Quando Cabral aportou nestas terras, trouxe junto a tecnologia naval desenvolvida na época pelos portugueses. Com a abundância de madeira da colônia, os navios começaram a ser produzidos aqui mesmo. Veja como a construção naval é antiga no país!
Hoje, com tanta tecnologia e escassez de recursos (a madeira já não é tão farta assim), o dia a dia de um engenheiro naval é cheio de emoção! Seja trabalhando em laboratório, seja embarcado, é um desafio atrás do outro para manter todo o maquinário funcionando ou cuidar do transporte fluvial, por exemplo.
Sabemos que escolher a profissão não é fácil, mas o caminho pode se tornar mais simples se você souber o máximo de informações sobre os cursos que tem em mente. Agora é hora de conhecer a Engenharia Naval: como é o curso, as disciplinas estudadas, quanto ganha um engenheiro naval e mais!
Esse segmento da Engenharia não se resume à construção de navios, como se pode pensar a princípio. A construção naval é uma das atribuições da área, mas ela trata de tudo o que se relaciona a transporte, exploração de recursos e demais atividades realizadas nas águas, como:
Cursar uma faculdade de Engenharia Naval é desafiador! A formação é multidisciplinar: a base engloba as matérias da Engenharia, mas o aluno também estuda Mecânica, Ciências Ambientais, Gestão, Administração e por aí vai.
Dentro do curso, é possível se especializar em uma das áreas a seguir:
Vale lembrar que o curso é presencial e integral, ou seja, é preciso se deslocar até a faculdade todos os dias e passar o dia lá. Além disso, a formação é em bacharelado: forma-se o profissional para atuar no mercado de trabalho.
O engenheiro naval é responsável por projetar, construir, fazer reparos e cuidar da logística de tudo o que se relaciona a mares, rios e lagos. Dessa forma, ele pode elaborar projetos para construção e vistoria de embarcações e plataformas, gerenciar portos, construir petroleiros e estações, e muito mais.
Apenas seis instituições oferecem o curso de Engenharia Naval no Brasil, e todas as universidades são públicas. Veja quais são e onde funcionam os cursos:
O curso mais tradicional é o da USP, que está em funcionamento desde 1955. Os mais bem avaliados pelo MEC estão no nordeste: UFPA e da UFPE têm nota 5 no Conceito de Curso (CC).
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) oferece o curso de Engenharia Naval e Oceânica — uma formação ainda mais completa para o estudante.
Apesar de não ser um curso com alta concorrência, entrar na faculdade exige boas notas do estudante. A média do Sisu é de 780 pontos, sendo a mais alta a da USP, 787, 96 pontos. Dá para perceber que o empenho no Enem ou no vestibular da Fuvest precisa ser do tamanho de um transatlântico!
O que estuda um futuro engenheiro naval? Descubra por que mares esse estudante navega até se formar! Vamos pegar como exemplo a matriz curricular do curso da Escola Politécnica da USP:
Acha que são muitas? Algumas ainda são divididas em módulos I, II e até III. Repare que, nessa lista, as matérias são apresentadas na ordem em que são vistas no curso, de acordo com os pré-requisitos. Só é possível cursar Probabilidade, por exemplo, quem foi aprovado em Cálculo.
É preciso ainda que o aluno cumpra 360 horas de disciplinas optativas, de acordo com a carreira que pretende seguir. Veja algumas:
A Marinha é o campo de trabalho mais óbvio, mas muitas empresas dos setores privado e público contratam engenheiros navais, como Petrobras, Subsea, PetroRio, RINA e muitas outras — tanto no litoral quanto no interior do país, dada a sua extensão fluvial.
O portal iG aponta o salário de R$ 4,5 mil para quem está iniciando na carreira e R$ 10 mil para aqueles que já estão no mercado há algum tempo, chegando aos R$ 25 mil no auge da carreira. Fatores como cargo ocupado, porte da empresa e local de trabalho também interferem nos rendimentos.
A mão de obra especializada é muito menor do que a demanda, por isso os salários são volumosos. É fácil perceber isso quando vemos a procura pela graduação, com uma relação de 8 candidatos por vaga apenas (enquanto outras engenharias, como a Química e a de Produção, têm média de 12 por vaga), segundo dados da Fuvest.
Para não afundar na profissão (com o perdão do trocadilho), procure uma das universidades citadas e dedique-se com afinco à sua formação. Certamente o curso vai exigir muito da sua energia! Se quiser conhecer outras áreas da Engenharia tão dinâmicas quanto a Engenharia Naval, sugerimos a Aeroespacial!
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