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Área que não se enquadra nas demais formações tradicionais da Engenharia (como a Mecânica, Civil e Elétrica), a Engenharia Nuclear é uma graduação que vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil, principalmente nas universidades da região sudeste.
Entretanto, por se tratar de um curso recente, poucos alunos sabem de fato o que é Engenharia Nuclear, qual é a grade curricular e as possibilidades no mercado de trabalho.
Em vista disso, preparamos um conteúdo abordando os principais tópicos acerca dessa Engenharia. Continue a leitura!
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Curso de Engenharia Nuclear
Elaborado para ser concluído em 5 anos (ou 10 semestres letivos), o curso de graduação em Engenharia Nuclear é uma formação relativamente nova no Brasil, principalmente quando a comparamos com outras engenharias mais tradicionais.
Para termos uma ideia, foi somente em 2020 que a principal universidade pública do país, a Universidade de São Paulo (USP), disponibilizou essa formação para os candidatos.
Em outras palavras, para aqueles que desejam ingressar em uma área nova, promissora e com boas interações com a tecnologia, a escolha por Engenharia Nuclear pode ser uma ótima opção.
Grade curricular
A grade curricular de Engenharia Nuclear pode variar consideravelmente conforme a instituição de ensino que oferta o curso. Com base nisso, considerando a grade do curso oferecido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), temos a seguinte distribuição das matérias:
1º Período
- Física Experimental I;
- Física I;
- Química;
- Computação I;
- Cálculo Diferencial e Integral I.
2º Período
- Engenharia e Meio Ambiente;
- Física Experimental II;
- Sistemas Projetivos;
- Computação II;
- Física II;
- Cálculo Diferencial e Integral II;
- Álgebra Linear II.
3º Período
- Mecânica I;
- Economia;
- Física III;
- Física Experimental III;
- Cálculo Diferencial e Integral III;
- Probabilidade e Estatística.
4º Período
- Eletricidade I;
- Organização das Industrias;
- Introdução a Física Moderna;
- Física Experimental IV;
- Cálculo Numérico;
- Calculo Diferencial e Integral IV.
5º Período
- Fenômenos de Transferência;
- Termodinâmica Clássica;
- Princípios de Ciência dos Materiais;
- Métodos Matemáticos da Engenharia Nuclear I;
- Física Nuclear Aplicada.
6º Período
- Transmissão de Calor I;
- Métodos Numéricos Computacionais;
- Física de Reatores;
- Mecânica dos Sólidos I;
- Radioproteção Básica.
7º Período
- Transmissão de Calor II;
- Comportamento Mecânico dos Materiais;
- Física de Reatores II;
- Laboratório de Instrumentação Nuclear;
- Engenharia de Reatores.
8º Período
- Engenharia de Reatores II;
- Impacto Ambiental Instrumentos Nucleares;
- Análise de Segurança de Centros Nucleares;
- Sistemas de Centrais Nucleares;
- Engenharia de Confiabilidade.
9º Período
- Fontes Alternativas de Energia;
- Estágio Obrigatório.;
- Projeto de Graduação I.
10º Período
- Ciclo do Combustível Nuclear;
- Análise de Risco em Estações Nucleares;
- Projeto de Graduação II.
Vale lembrar que todas essas disciplinas correspondem apenas à carga horária obrigatória, isto é, para concluir o curso, o estudante precisa ainda se matricular (ao longo dos períodos) em matérias que classificamos como optativas (que geralmente pertencem a alguma outra Engenharia ou até mesmo da própria Nuclear) e eletivas (disciplinas que são ofertadas por qualquer outra área fora da Engenharia).
O que faz um engenheiro nuclear?
São várias as possibilidades de atuações que um engenheiro nuclear pode assumir no mercado de trabalho. Entre suas principais atividades, podemos destacar:
- elaborar planos de segurança nuclear, visando garantir a saúde e a preservação dos bens industriais de ambientes que contêm elementos nucleares;
- assegurar que todas as atividades nucleares de uma determinada indústria estejam compatíveis com os protocolos internacionais de segurança;
- planejar processos de produção e distribuição de energia com base no aproveitamento de fontes nucleares;
- projetar (o que inclui a participação desde a elaboração da planta até a fase de acabamento) usinas nucleares e demais ambientes que utilizam radioatividade;
- utilizar conceitos da física e da química moderna para garantir a manipulação e o armazenamento adequados de substâncias nucleares.
Deste modo, percebemos que questões relacionadas à segurança do trabalho integram uma considerável parte da rotina de um engenheiro nuclear. Isso porque infelizmente o menor erro nessa área tem potencial para ocasionar gravíssimos acidentes, com proporções globais a depender da escala do acidente.
Logo, além de aplicar uma série de atividades relacionadas à parte nuclear, o engenheiro nuclear é um especialista em métodos de segurança do trabalho nuclear.
Perfil do profissional
Para ser um profissional dessa área, é preciso apresentar as seguintes habilidades:
- facilidade com raciocínio lógico;
- aptidão com matemática;
- vocação para entender de física e química modernas;
- gostar de tecnologia e inovação;
- capacidade de manusear softwares e programas de engenharia;
- visão espacial apurada.
Onde estudar Engenharia Nuclear?
Infelizmente, esse curso de graduação ainda não é facilmente encontrado nas universidades brasileiras, são apenas algumas instituições que contam com essa formação.
São exemplos de faculdades que ofertam a graduação em Engenharia Nuclear as duas que citamos anteriormente:
- Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ;
- Universidade de São Paulo – USP.
Entretanto, é válido destacar que essa área é mais simples de ser encontrada no Brasil na modalidade de pós-graduação (tanto lato sensu quanto stricto sensu), com programas de mestrado, doutorado e especializações espalhados em universidades de vários estados.
Áreas de atuação
Após concluir esse curso, o profissional pode optar por seguir carreira nas seguintes áreas:
- reatores nucleares: com o objetivo de desenvolver equipamentos cada vez mais eficientes e seguros;
- segurança do trabalho: dedicando os conhecimentos em Engenharia Nuclear para elaborar metodologias de segurança do trabalho em ambientes nucleares;
- pesquisa e ensino: atuando de forma geral na academia ou em laboratórios, dedicando-se à descoberta de novos processos.
Mercado de trabalho
Engana-se quem acha que esse tipo de profissional encontra boas oportunidades de emprego apenas em usinas nucleares, há também outras possibilidades de trabalho, tais como:
- indústria farmacêutica;
- agricultura;
- hospitais e demais empresas voltadas para a Medicina Nuclear;
- indústria de materiais radioativos;
- universidades e laboratórios de pesquisa;
- agências espaciais.
Portanto, após a leitura desse post ficou mais simples de entendermos o que é Engenharia Nuclear e onde encontrar formação acadêmica nessa área no Brasil. É interessante ressaltarmos que, para os estudantes que desejam ingressar nesse ramo, é essencial gostar muito de matemática, química e principalmente física moderna.
O conteúdo acima explicando sobre o que é Engenharia Nuclear e suas principais características foi válido para você? Então leia agora sobre o que faz a Engenharia de Minas!